sexta-feira, dezembro 26

há um tacto especial no arranjo floral de colocar os dedos vegetalmente, esperando, sonolentos. os dedos enredam-se, polvos digitais, numa sombra de encruzilhadas sobre o peito. recuam, dobram-se, humilham-se por nós. fálicos e culpados instrumentos de precisão, radares de distância, guardadores de silêncio e acusação.
as mãos são a linguagem que dança e os dedos o ensaio de sermos movimento.

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