segunda-feira, janeiro 14

filhos do romance

« A sociedade ocidental adquiriu o hábito de se apresentar como a dos direitos do homem; mas antes de um homem poder ter direitos, teve de se constituir em indivíduo, considerar-se como tal e tal ser considerado; o que não poderia ter acontecido sem uma longa prática das artes europeias e em particular do romance que ensina o leitor a ser curioso do outro e a tentar compreender verdades que são diferentes das suas.

Neste sentido, Cioran tem razão ao designar a sociedade europeia como a «sociedade do romance» e ao falar dos europeus como «filhos do romance».

Milan Kundera, Os Testamentos Traídos, p. 21, Edições Asa

1 comentário:

bartleby disse...

Ora aí está um rico livrinho...

Kantianos