mudei de casa. outra vez. as pessoas passam por mim e dão-me os parabéns. não sei o que há em nós que nos leva à tão atenta auscultação da mobilidade.invejamos aquela espécie de nomadismo romanticamente nos lembra do que queríamos ser aos 17 anos. entretanto, os livros acumulam-se em casa e também uma outra vontade de saber de cor a nossa morada.
sei que estou novamente em casa, outra casa, quando os livros reaparecem, desventurados livros, tão quietos, tão sujeitos, a verem tantas vezes a morte em frágeis caixões de cartão.
também o meu cão procura instaurar a nova cosmovisão da sua domesticada condição.
às vezes hesita, não sabe onde está a comida. um pouco como eu, sem saber ainda como toca o silêncio as novas paredes da casa.
sei que estou novamente em casa, outra casa, quando os livros reaparecem, desventurados livros, tão quietos, tão sujeitos, a verem tantas vezes a morte em frágeis caixões de cartão.
também o meu cão procura instaurar a nova cosmovisão da sua domesticada condição.
às vezes hesita, não sabe onde está a comida. um pouco como eu, sem saber ainda como toca o silêncio as novas paredes da casa.
3 comentários:
também eu mudei de casa recentemente. que estafa, é uma trampa. para mim a única vantagem evidente é o reencontro com os livros, poder arrumá-los novamente, numa nova ordem, esquecida a anterior. foi engraçado ler isto.
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Não são bem, arrepios, não é bem perplexidade, não é bem admiração, não sei bem o que é...mas os teus posts têm efeitos em mim.
Acho que é apenas o prazer de os ler :)
Parabéns
Ricardo Vilaverde
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