segunda-feira, maio 4

andante

aqui não há mar - ou o mar está longe - é quase a mesma coisa, se não o ouço nem cheiro.
e é por isso que agora derivo como os velhos que andam devagar e sempre a olhar os mapas invisíveis do chão. esqueceram a pressa, só fitam. como os olhos ínfimos do meu avô, sempre pelo chão. outro nível de leitura.
a profundidade dos mortos é não saberem o que dizem e nem nós os podermos ouvir.
olho para onde não estou e às vezes parece que é para dentro. órgãos, tantos órgãos e eu entretida a pensar, a roupa por estender e os pecados todos por redimir.

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