é manhã, retiramos os pés da nudez do sono e vestimo-nos
de hábito e quotidiano.
ainda ontem homero nos cantava
mas hoje só a farmácia
é o ateneu dos quatro ventos
com que nos salvamos.
é manhã e o silêncio abriga-nos do frio.
olham-se os rostos limpos, mas ninguém se atreve:
furtivamente, como uma criança depois de ter fugido da escola,
ficamos à espera sem saber
que foi há muito tempo atrás.
é manhã
nenhuma hora é
agora e na hora da nossa morte.
3 comentários:
me sends applause.
mui belo!
é um poema belo e triste, e depois belo de novo pois resolve uma certa predisposição melancólica numa dicção poética que tem algo de ponto de cruz. poesia-tricot, me gusta mucho chica!
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